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La la Land: Cantando estações

11/01/2017 13:59

 

“La la Land: Cantando estações”, o filme superestimado que é realmente incrível.

 

Muito tem se falado sobre o novo filme do diretor Damien Chazelle (Whiplash) após o longa ter levado sete Globos de Ouro, um recorde.

Dessa vez o jovem diretor opta por um outro caminho e surpreende fazendo algo totalmente diferente de seus trabalhos anteriores: um musical.

 

O filme começa com uma cena em um congestionamento na cidade de Los Angeles onde pouco a pouco os motoristas vão deixando seus carros e começam a cantar, dançar e sapatear. É algo que ilustra o caminho que muitos jovens fazem todos os dias em busca de reconhecimento na capital do cinema e do show business. O que tinha tudo para ser algo cafona se tornou uma sequência impressionante e muito bem coreografada. Sem um corte sequer, o diretor passeia pelo trânsito travado enquanto os aspirantes a artistas mostram seus talentos. É realmente incrível.

 

Ainda nessa cena somos apresentados aos dois protagonistas: Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). Mia é uma barista que sonha em ser uma atriz de sucesso, enquanto Seb, como o personagem de Gosling é chamado, é um pianista purista de jazz que sonha em ter seu próprio clube.

 

Uma coisa que poderia atrapalhar é justamente as partes musicais que, em muitos filmes, não contribuem muito para a história. Aqui é justamente o contrário. Todas as canções contribuem muito para o desenvolvimento da história e influencia a interação dos personagens.

 

A cena que de fato abre a história acontece quando Mia entra num restaurante e vê um Sebastian absorto em seu próprio mundo tocando piano. Aqui temos algo que lembra o efeito utilizado em Mesmo se nada der certo (2014), onde temos um ponto em comum aos personagens e nós vemos como cada um chegou até aquele momento.

 

Após alguns encontros casuais, vemos nascer uma química entre eles e conforme vão convivendo vamos descobrindo quais são os sonhos que impulsionam suas vidas e como isso os afeta. Existe um apoio mútuo para que cada um deles vá atrás de seus sonhos, mesmo que isso indique que eles terão que abrir mão do conforto e tenham que fazer algo que não gostam.

 

O filme em si é muito colorido e extremamente divertido. Cheio de referências a clássicos do passado, o diretor desenvolve a trama de forma fluída, sem deixar que o público deixe de prestar a atenção ou que perca o interesse.

Stone está afiadíssima neste trabalho (provavelmente o melhor de sua carreira). É perceptível que ela não foi formada para ser uma atriz dançarina e é exatamente isso que dá credibilidade ao seu trabalho. Já Gosling, porém, canta pouco, mas convence como pianista. Ele lembra bastante Terence Fletcher, personagem de J. K Simmons (que também está no filme) em Wiplash quando faz seus discursos apaixonados sobre o jazz.

 

Como não podia deixar de ser, a música é um dos grandes protagonistas do longa. Sempre aparecendo em momentos precisos, todas as canções têm um motivo para estar ali. Isso fica muito nítido na EXCELENTE cena final, onde uma música que foi criada ao longo do filme é executada por Seb em seu clube e temos um vislumbre de como a história filme poderia ter sido diferente. A interpretação de ambos os atores, Emma e Ryan, é tocante.

 

Enfim, não tenho como apontar nenhum ponto negativo deste filme. É uma clara homenagem aos clássicos, mas é ao mesmo tempo atual. Como disse a crítica especializada: Não se fazem mais filmes como esse.

 

Nota: 5/5
Diretor: Damien Chazelle
Ano: 2016
Gênero: Musical
Duração: 2h8 min.

 

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